Após dois pedidos de liberdade negados pelo STF (Supremo Tribunal Federal), o advogado do goleiro Bruno Fernandes,
Rui Pimenta, protocolou nesta quarta-feira (3) um novo embargo em
Brasília para tentar tirar o cliente da prisão. Bruno está preso há dois
anos na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na região
metropolitana de Belo Horizonte.
O advogado questiona os argumentos do ministro Joaquim Barbosa
para negar o pedido de habeas corpus. Na última semana, o ministro do
STF afirmou que “não há nada a prover, haja vista que a petição em
referência em nada inova na matéria ventilada na peça inicial”. Pimenta,
no entanto, lembra que a 1ª Vara de Jacarepaguá, no Rio, excluiu a pena
de 4 anos e seis meses a que Bruno foi condenado.
— A decisão do ministro nos surpreendeu porque o Bruno está preso
preventivamente há dois anos, o que é ilegal. Acima de 120 dias, a
Justiça considera que há constrangimento ilegal. Joaquim Barbosa tem se
revelado um ministro de grande inteligência, tem suportado pressões
durante o julgamento no mensalão, mas cometeu um grave equívoco, foi na
contramão do que a lei diz. Ele não verificou que o processo contra o
Bruno foi extinto. Pelo perfil da corte, outro ministro teria concedido o
habeas corpus.
Rui Pimenta acredita que Bruno seria recebido de braços abertos pela torcida do Flamengo.
— Ele tem que ser solto o mais rápido possível. O contrato com o
Flamengo termina em 31 de dezembro e ele precisa ser reintegrado ao
grupo, ainda que seja negociado com outro clube em seguida. Mas tenho
recebido manifestações de mais de 15 torcidas organizadas prometendo
festa na Gávea no dia em ele voltar. O Bruno é o maior goleiro da
história do clube. Só for libertado até o fim do contrato, fica muito
difícil negociar com outro time, e ele precisa pagar pensão para três
filhos.
Ainda não há prazo para o julgamento do embargo de declaração
protocolado pela defesa. Enquanto, isso, o contrato de Bruno com o
Flamengo segue suspenso – não houve rescisão por entendimento do
departamento jurídico do clube carioca. O goleiro agora trabalha na faxina do presídio.
Após ficar 20 dias sem poder trabalhar fazendo faxina,
o goleiro Bruno Fernandes, 27 anos, agora está cuidando da limpeza de
uma escola estadual em Contagem, na região metropolitana de Belo
Horizonte.
O jogador, que é acusado de participação no desaparecimento e morte
da ex-modelo Eliza Samudio, é um dos faxineiros da Escola Estadual
Professor Paulo Freire - local onde estudam apenas detentos da unidade -
, que fica dentro da penitenciária Nelson Hungria, onde Bruno está
detido.
Segundo a lista de tarefas do goleiro, ele é o responsável,
juntamente com outros presos, pela limpeza das salas de aula, da
distribuição de livros e também pela limpeza do banheiro do pátio.
Conforme o documento, Bruno é acompanhado por um agente penitenciário enquanto realiza o serviço, duas vezes por semana.
Punição
Bruno foi afastado de suas atividades na prisão e ficou sem poder receber visitas após enviar um texto para um programa de televisão.
O goleiro foi proibido temporariamente de faxinar a penitenciária
Nelson Hungria no dia 13 de julho. Segundo a Secretaria de Estado de
Defesa Social, Bruno “cometeu erro disciplinar ao ignorar as regras de
segurança do complexo penitenciário Nelson Hungria” quando enviou o
documento por meio de seu advogado, Rui Pimenta.
A carta
No texto, o goleiro afirma que é inocente, e que está pagando por um crime que não cometeu.
— Te confesso, pelo sangue de Cristo Jesus que nunca desejei, ordenei
ou determinei a quem quer que seja o desaparecimento de Eliza Samudio!
Bruno também reafirma que reconheceu a paternidade do garoto
Bruninho, filho de Eliza. “Inclusive, gostaria de acrescentar que o
Bruninho tem sim um pai, aliás, sempre teve." Ele encerra o texto
afirmando que “o único erro na minha vida foi ter confiado em algumas
pessoas, mas vou lutar com todas as forças para provar para o mundo que
eu sou inocente!”.
Link : R7.com
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