quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Eliza Samudio

Após dois pedidos de liberdade negados pelo STF (Supremo Tribunal Federal), o advogado do goleiro Bruno Fernandes, Rui Pimenta, protocolou nesta quarta-feira (3) um novo embargo em Brasília para tentar tirar o cliente da prisão. Bruno está preso há dois anos na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.

O advogado questiona os argumentos do ministro Joaquim Barbosa para negar o pedido de habeas corpus. Na última semana, o ministro do STF afirmou que “não há nada a prover, haja vista que a petição em referência em nada inova na matéria ventilada na peça inicial”. Pimenta, no entanto, lembra que a 1ª Vara de Jacarepaguá, no Rio, excluiu a pena de 4 anos e seis meses a que Bruno foi condenado.

— A decisão do ministro nos surpreendeu porque o Bruno está preso preventivamente há dois anos, o que é ilegal. Acima de 120 dias, a Justiça considera que há constrangimento ilegal. Joaquim Barbosa tem se revelado um ministro de grande inteligência, tem suportado pressões durante o julgamento no mensalão, mas cometeu um grave equívoco, foi na contramão do que a lei diz. Ele não verificou que o processo contra o Bruno foi extinto. Pelo perfil da corte, outro ministro teria concedido o habeas corpus.

Rui Pimenta acredita que Bruno seria recebido de braços abertos pela torcida do Flamengo.

— Ele tem que ser solto o mais rápido possível. O contrato com o Flamengo termina em 31 de dezembro e ele precisa ser reintegrado ao grupo, ainda que seja negociado com outro clube em seguida. Mas tenho recebido manifestações de mais de 15 torcidas organizadas prometendo festa na Gávea no dia em ele voltar. O Bruno é o maior goleiro da história do clube. Só for libertado até o fim do contrato, fica muito difícil negociar com outro time, e ele precisa pagar pensão para três filhos.

Ainda não há prazo para o julgamento do embargo de declaração protocolado pela defesa. Enquanto, isso, o contrato de Bruno com o Flamengo segue suspenso – não houve rescisão por entendimento do departamento jurídico do clube carioca. O goleiro agora trabalha na faxina do presídio.


Após ficar 20 dias sem poder trabalhar fazendo faxina, o goleiro Bruno Fernandes, 27 anos, agora está cuidando da limpeza de uma escola estadual em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.
O jogador, que é acusado de participação no desaparecimento e morte da ex-modelo Eliza Samudio, é um dos faxineiros da Escola Estadual Professor Paulo Freire - local onde estudam apenas detentos da unidade - , que fica dentro da penitenciária Nelson Hungria, onde Bruno está detido.
Segundo a lista de tarefas do goleiro, ele é o responsável, juntamente com outros presos, pela limpeza das salas de aula, da distribuição de livros e também pela limpeza do banheiro do pátio.
Conforme o documento, Bruno é acompanhado por um agente penitenciário enquanto realiza o serviço, duas vezes por semana.
Punição
Bruno foi afastado de suas atividades na prisão e ficou sem poder receber visitas após enviar um texto para um programa de televisão. O goleiro foi proibido temporariamente de faxinar a penitenciária Nelson Hungria no dia 13 de julho. Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social, Bruno “cometeu erro disciplinar ao ignorar as regras de segurança do complexo penitenciário Nelson Hungria” quando enviou o documento por meio de seu advogado, Rui Pimenta.
A carta
No texto, o goleiro afirma que é inocente, e que está pagando por um crime que não cometeu.
— Te confesso, pelo sangue de Cristo Jesus que nunca desejei, ordenei ou determinei a quem quer que seja o desaparecimento de Eliza Samudio!
Bruno também reafirma que reconheceu a paternidade do garoto Bruninho, filho de Eliza. “Inclusive, gostaria de acrescentar que o Bruninho tem sim um pai, aliás, sempre teve." Ele encerra o texto afirmando que “o único erro na minha vida foi ter confiado em algumas pessoas, mas vou lutar com todas as forças para provar para o mundo que eu sou inocente!”.



Link : R7.com 




 


Nenhum comentário:

Postar um comentário